#vaipracuba! : A Gênese Das Redes De Direita No Facebook
- Autor: Marcelo Alves dos Santos Junior
- Editor: Editora Appris
Sinopsis
O livro #VaipraCuba! A gênese das redes de direita no Facebook investiga a campanha digital de 2014, um laboratório para experimentações das estratégias e táticas comunicacionais que teriam seu ápice na vitória de Jair Bolsonaro em 2018. Naquele pleito, ainda antes do Brexit e da eleição de Donald Trump, começou a se desenhar um alinhamento entre atores que produziram sistematicamente informações e opiniões eleitorais, exibindo um posicionamento orgulhoso de direita. Até então, tudo isso estava fora do radar da imprensa e da pesquisa especializada.
A observação foi provocada por uma inquietação com o enorme crescimento de um canal chamado TV Revolta no Facebook meses antes da disputa. Como investigar iniciativas de cobertura informacional feitas por atores anônimos que demonstram desprezo pelo sistema político e atraem milhões de seguidores nas mídias sociais? A despeito da moderação petista, como havia, nas mídias sociais, gritos de "vai pra Cuba, comunista" quando se avaliavam as políticas dos últimos três mandatos do partido?
O resultado das análises apresenta os primeiros achados sobre redes de campanha apócrifa formadas, em grande medida, por conteúdo gerado pelos próprios usuários ou coproduzido em interface com comitês eleitorais de forma subterrânea e obscura no Brasil. Quando da produção deste texto, em 2015, Bolsonaro ainda era uma figura caricata que remetia às franjas do sistema político e relembrava o porão da Ditadura Militar. Olavo de Carvalho era apenas uma figura mítica que frequentadores de fóruns conservadores idolatravam e quase ninguém fora do nicho conhecia. Todavia, suas transmissões ao vivo na "Panelinha da Direita" tinham a participação de influenciadores digitais de diversas regiões do Brasil, lentamente construindo um bunker digital para propagar conteúdos direitistas.
O leitor encontrará nas páginas deste livro uma investigação da gênese e da consolidação de um aparato digital de campanha que foi experimentado contra Dilma Rousseff. Nos próximos anos, as táticas de 2014 foram repetidas com mais investimento e fizeram parte do impedimento da presidente e da inédita vitória de um candidato a presidente sem organização partidária capilarizada, tempo de propaganda eleitoral ou alinhamento com o status quo.